domingo, 1 de maio de 2011

SOBRE FRAQUEZAS HUMANAS

Hoje houve a semifinal do paulistão 2011. Quis a sorte que meu time levasse imerecidamente a melhor. Mas isso não vem ao caso, pois o que eu quero é comentar sobre fraquezas humanas. Explico: sou um ressentido. Como sapos de macumba, acumulei nas encruzilhadas das minhas quase quatro décadas de existência um sem número de ressentimentos. O maior deles, sem dúvida, é o fato de eu ser um perfeito perna-de-pau quando o assunto é futebol.
 Sou grosso de dar dó. Dá pena a falta de intimidade que tenho com o objeto esférico e saltitante que tanta alegria dá ao povo brasileiro. Durante a infância e adolescência, sobrevivi às críticas de meus cruéis amigos de peleja me tornando um zagueiro destruidor. Tão útil quanto um cachorro que toma conta de um ferro-velho, assistia aos meus coleguinhas lépidos singrarem a quadra com a pelota nos pés. Um gol meu acontecia com a mesma freqüência dos eclipses solares. Sombriamente cumpria minha função defensiva enquanto minha inveja crescia. Ai está. A fonte do meu ressentimento é o craque.
 Pior ainda quando a virtude futebolística vem acompanhada da irreverência. A certeza do talento e a arrogância daquele que sabe o que fazer com a bola nos pés provocam violentas descargas de ácido clorídrico em meu estômago. A folha seca de Didi, o elástico de Rivelino e, mais recentemente, as embaixadinhas de Edilson e a reboladinha de Edmundo fazem de mim um Otelo do esporte bretão. Mas, oh dia fortuito! Hoje tive minha vingança. E ela se materializou na figura do chileno alviverde Valdívia, o homem do “chute no vácuo”. Para ser preciso, o doce momento aconteceu aos vinte minutos do primeiro tempo, durante a execução da malfadada traquinagem.
Durante toda a semana, vim acompanhando a “polêmica”: seria desrespeito ao adversário o tal artifício? É um drible humilhante? O fato é que hoje o Mago tentou fazer das suas frente a um dos nossos rapazes e cometeu uma auto-falta: estiramento. Ganindo, pediu para sair. Do conforto da minha poltrona, com a boca cheia de salame e brandindo minha lata de cerveja, vaticinei como um moleque malcriado: Bem feito.

3 comentários:

  1. Boa, ehehe: chute no vácuo!

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  2. Mano, ainda hj me lembro muito bem da zaga sanguinária que vc formava ao lado do Mandão. Ainda hj carrego em minhas canelas lembranças daquelas pelejas fatais que jogávamos na quadra da OAB.

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  3. bem feito, agora comemoram o Campeonato no Vácuo, com joelhada no estomago, tipo Sawamu 0 O Destruidor!

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