terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O CAMINHÃO BASCULANTE E O TABLET CHINÊS

Um brinquedo muito, mas 
muito chato mesmo...
Parecia uma boa idéia, mas era um brinquedo um pouco caro. Foram precisos meses de insistência e irritante manha infantil para consegui-lo. Vencida pelo cansaço, alguns dias depois minha mãe me entregou um pacote com o indefectível papel de embrulho da “Casa Arradi”. Com volúpia, rasguei aquela papelada toda e abri a grande caixa para, já de cara, ter a primeira decepção. Pilhas não incluídas. De joelhos, puxei a barra da calça do meu paciente pai: “Dez cruzeiros, pelamordedeus!”. Voei para o Bar do Seu Galvão e comprei duas Rayovac amarelíssimas. Agora meu caminhão basculante estava pronto para funcionar. Caminhões à pilha existiam muitos, mas nenhum como aquele. No teto da cabine do possante havia uma série de botões para direcionar o brinquedo – esquerda, direita, parar, levantar a caçamba e ir em frente. A graça durou nem quinze minutos. A verdade é que o brinquedo era um verdadeiro saco. Em tempos pré-controle remoto, era preciso acompanhar o movimento do carrinho e abaixar toda a vez que quisesse mudar seu rumo. Cansado daquele sobe e levanta, desliguei o irritante brinquedo, amarrei um barbante nele e saí pimpão pela Rua Riachuelo. Nunca mais ele funcionou movido à pilha.
Mas só contei a história deste caminhãozinho imbecil porque recentemente fiz uma compra que me provocou frustração semelhante: um tablet. Quando o aparelhinho chegou pelo correio, fiquei com a boca cheia d’água, imaginando rechear sua memória com uma infinidade de ebooks. Nunca mais eu gastaria um tostão com os jurássicos livros de papel. Imediatamente carreguei a bateria do meu “made in china” (obs.: não. Não era um Ipad) e passei uma madrugada aprendendo como alimentá-lo. Coloquei clássicos, biografias, Saramago e até uns bons suspenses de Stephen King. Depois de toda esta maratona tecnológico-literária, fui praticar meu esporte favorito: ler no banheiro. E foi então que veio a frustração. Acomodei-me para, como dizer...fazer minhas abluções e apertei o “power”. Durante uns dois minutos, a telinha exibiu “Android 2.1”. Quando finalmente pude abrir o ebook, já era tarde demais. O fato é que agora meu tablet chinês está guardado no armário da sala, junto com o espremedor elétrico de laranja e faca elétrica. No banheiro agora, só papel. Para tudo.

3 comentários:

  1. Muito legal, também tive um desses, e quase um tablet chinês, obrigado li a tempo.

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  2. Eu consegui fazer um tablet chinês de 7" MID funcionar. Se ainda tiver vontade de colocar ele para funcioanar me envie um email que eu te passo os arquivos e rotina. cyberlocinfo@hotmail.com (Valter)

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  3. Caramba! Postagem de sete anos, mas vamos lá.
    Também tive um caminhão igual, mas eu brinquei muuuito com ele não me importava com os botões na cabine. Hoje com 48 anos sinto saudades (hahaha) porque me furtaram o caminhão e nunca mais tive um brinquedo elétrico.

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